Do George Love
“Você levanta vôo. Estes vôos são longos. Às vezes seis ou oito horas. As portas são retiradas do avião. O vento entra direto. Não tem jeito de conversar. Nem se tivesse fone de ouvido, pois o vento o arrancaria da cabeça. Você conversa com o piloto, que está lá na frente, por sinais. Você sobe. Meus ouvidos começam a doer por causa da altura. Doem tanto, por tanto tempo, que eu esqueço que estão doendo. Você entra e sai de nuvens. A chuva bate nos apoios das asas do avião e faz um som estranho. Você escuta este som e de repente não sabe mais onde está, porque tudo é branco ao redor. Você está numa nuvem.
Daí você sai da nuvem, olha para baixo e só vê árvores. De repente está numa outra nuvem. Você sai dela, e vê mais árvores. De repente, chuva. A chuva, naquela velocidade, dói quando bate no rosto. Você protege a máquina, mas a si mesmo, não pode. De repente você lembra que os seus ouvidos estão doendo. Aí, você está dentro de uma outra nuvem e a noção de tempo já não existe mais. Agora você está verdadeiramente na sua.
Não existe mais tempo nem espaço. Não se sabe bem se está voando alto ou baixo. Naquele instante, você começa a fotografar aquilo que é somente e particularmente seu. O piloto sente o mesmo. Ambos agem como um time. São dois corpos como uma cabeça. Um bom piloto lhe coloca no ângulo certo e aí você vai disparando...clack...clack...Você vê o que pensa que vê. E o que você pensa que vê, é real. É isso que eu fotografei na Amazônia...”
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